Vale a pena reproduzir aqui o texto escrito por Eduardo Maluf para o Estado de São Paulo e enviado a mim pelo Tricolor Rui Stefanelli, mais uma estória que só a paixão pelo futebol pode traduzir, aproveitem !
EDUARDO MALUF - O Estado de S.Paulo
O futebol voltou, os campeonatos pelo Brasil tiveram início e a alegria dos domingos está de novo estampada na fisionomia do torcedor. Mas não é sobre isso que vou escrever. Um jantar, com um casal de amigos, me fez mudar de tema. O personagem desta coluna é Carlos Henrique, filho de Oilson (advogado e palmeirense) e Oneli (professora), o casal a que me refiro no parágrafo anterior. O garoto nasceu em 1978 com paralisia cerebral. Os médicos lhe davam poucos anos de vida. Sua saúde era frágil, os movimentos nas pernas e nos braços praticamente não existiam. A visão não lhe permitia enxergar mais do que vultos e a fala o impedia de se comunicar.
Por suas limitações, Carlos se transformou no centro da família, o responsável por reunir irmãos, tios, primos em fins de semana, feriados, aniversários. Seu dia a dia era difícil, assim como o de seus pais, guerreiros na luta contra a doença invencível. Semana sim, semana não, o menino tinha de ser levado ao hospital, com pneumonia ou outros problemas decorrentes de sua baixa imunidade.
Mas Rick, como os mais chegados o chamavam, não era infeliz. Ao contrário. Vivia a distribuir sorrisos, pouco reclamava. Uma das grandes razões de sua alegria era o São Paulo Futebol Clube. Aos 12 anos, apaixonou-se pelo esporte e se tornou fanático torcedor, motivado provavelmente pelas glórias daquele timaço dirigido por Telê Santana, bicampeão da Libertadores e bicampeão mundial (1992-93).
O são-paulino não enxergava e tinha pouca noção do tempo. Quando se aproximava o horário do futebol, no entanto, ficava inquieto, fazia sinais de que queria ir para a frente da TV. "Não sabemos como, mas ele sentia a hora em que o jogo iria começar'', conta a mãe. "Naquela época, a partida da TV era aos sábados, às 4 da tarde. Talvez percebesse o dia por marcar o Globo Repórter nas noites de sexta-feira.''
Quando estava no parque ou no shopping, "exigia'', por meio de gestos, voltar para casa. Se estivesse na residência de amigos ou familiares, buscava um televisor ligado. Não poderia deixar de torcer por Müller, Raí, Cerezo, Zetti, Rogério... Rick conseguia ver vultos na TV, mas a diversão, mesmo, era escutar a narração. "Se puséssemos na Globo, ele reclamava, porque queria ouvir a transmissão do Luciano do Valle na Band'', diz o pai.
O fato mais intrigante talvez tenha ocorrido na decisão dos dois Mundiais, em 92 e 93. As partidas, contra Barcelona e Milan, realizadas no Japão, ocorreram na madrugada do Brasil. Mesmo sem falar, ver ou se comunicar, tinha a informação precisa do horário daqueles jogos e se recusava a ir para a cama antes de acompanhá-los. Ninguém - médico, psicólogo, teólogo - foi capaz de explicar o fenômeno a Oilson e Oneli.
Rick não pôde vibrar com o tri mundial, conquistado em 2005. Morreu quatro anos antes. Sua vida, porém, teve muitos momentos de felicidade, grande parte dos quais se deveu a uma simples bola de futebol.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Sem volta
Depois que a Adidas começou a confeccionar uma bola diferente no visual para a final da Copa do Mundo, a medida virou moda, um caminho sem volta para as pretensões do marketing esportivo atual. Medida essa copiada no Paulistão e outros campeonatos. Dessa vez mostramos aqui a bola que será usada na final da Champions desse ano. A Adidas lançou essa semana a bola oficial da final da Liga dos Campeões 2011/2012, que será disputada no dia 19 de maio em Munique, na Alemanha
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