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sexta-feira, 18 de março de 2011

Entenda a Arena


O Palmeiras tinha três maneiras de pensar sobre seu estádio, antes de fechar o acordo com a W. Torre para a construção da Arena Palestra.
1. Não mexer em nada e deixar o Parque Antártica ser o puleiro que era.

2. Reconstruir o estádio com o próprio dinheiro do clube. Não havia. A discussão no Internacional sobre a reforma do Beira Rio mostra como seria difícil.

3. Fazer um acordo de parceira com uma construtora, como se fez.

Não é verdade que a terceira opção, a adotada, fere a autonomia do clube. Quando se diz que o Palmeiras não poderá treinar no novo Parque Antártica, vale lembrar que há vinte anos o time de futebol não treina regularmente no local. E que poderá continuar fazendo seus treinos eventuais. Basta olhar a tabela de jogos do ano e marcar nas vésperas de clássicos e agendar na véspera dos possíveis jogos decisivos. Mas lembre-se que raramente o Palmeiras treina no campo de jogo mesmo em vésperas de partidas especiais, como as citadas acima. A impossibilidade de marcar amistosos também é ridícula, dado que o Palmeiras jogou raríssimos amistosos no Palestra Itália nos últimos dez anos.
Quando o Palmeiras não puder jogar em seu estádio por compromissos da Arena Multiuso com outro tipo de espetáculo, o clube ficará com 100% da renda no estádio alugado e a W. Torre pagará 50% do aluguel desse palco. A única diferença em relação à situação atual do Morumbi é que o São Paulo não tem alguém que pague 50% do aluguel. Semana que vem, o Morumbi estará fechado, apesar de haver São Paulo x Corinthians no domingo, por causa do show do Iron Maiden.
É preciso entender a realidade da administração de estádios no Brasil. O Parque Antártica consome R$ 9 milhões de despesas de manutenção anual. A partir da construção e pelos próximos trinta anos, cabe à construtora, em seu papel de co-gestora do estádio, fazer a manutenção. O Morumbi deu prejuízo em todos os anos entre sua inauguração, em 1960, e 2003. No ano passado, sem aluguel para outros clubes, mas com outros tipos de espetáculo no estádio, o lucro bateu a casa dos R$ 40 milhões.
Por tudo o que está exposto acima, é possível afirmar sem risco: o Palmeiras não fez mau negócio ao fechar o contrato com a W. Torre.
Mas há uma questão política importante a discutir aqui. Os profetas do apocalipse que inundam as redações com informações distorcidas sobre os contratos da nova Arena são os mesmos que acompanharam no Conselho Deliberativo e no Conselho Fiscal todas as etapas da aprovação da Arena Palestra. Todas!
O projeto da nova Arena não foi imposto por diretorias passadas, nem de Luiz Gonzaga Belluzzo, nem de Affonso Della Monica, o responsável pela assinatura da parceria. O projeto da nova Arena foi discutido por mais de seis meses em todas as esferas do clube.
Abaixo, o cronograma que comprova como até Mustafá Contursi, acído crítico do contrato, teve a chance de alertar o mundo sobre os hipotéticos erros antes das demolições.

Em 17 de Dezembro de 2007:
Assinatura do Memorando de Entendimentos entre Palmeiras e W. Torre.
Assinaram o presidente Affonso Della Monica e o diretor-financeiro Salvador Hugo Palaia.

Em 27 de Junho de 2008:
Antônio Carlos Corcione e Pedro Renzo apresentaram ao Conselho Fiscal o parecer sobre os termos jurídicos do contrato de investimentos. Conselho Fiscal aprovou os termos jurídicos do contrato. Faziam parte do C.O.F. Mustafá Contursi, Carlos Fachinna e Arnaldo Tirone. Foi solicitado que a minuta do contrato ficasse consignada na ata do COF

Em 30 de Dezembro de 2008:
Reunião do Conselho Deliberativo que aprovou o plano de negócios e a contratação da W. Torre

Em 21 de Julho de 2008:
Reunião do Conselho Deliberativo que aprovou a alteração estatutária e a cessão da superfície para a W. Torre.

Em 30 de agosto de 2008:
Assembléia Geral que aprovou a mudança estatutária com a cessão da superfície para a W. Torre

Em 21 de Maio de 2010:
Reunião do Conselho Deliberativo que ratificou os termos do plano de negócios e as aprovações efetuadas em 30 de junho de 2008.

A questão mais polêmica e discutida há quase uma década é a dos 30 anos de uso de superfície pela construtora. Isso também foi discutido exaustivamente. No início, o projeto rezava que a W. Torre teria direito ao uso de superfície por 20 anos e, nos primeiros sete, o Palmeiras não seria remunerado pelas operações. O clube vetou. O direito do uso de superfície não tira a propriedade do Palmeiras. Ao contrário, o clube é dono do estádio, a construtora passa a gerir a arena em conjunto com o clube. E constrói os prédios da administração e das quadras poliesportivas, um investimento de R$ 45 milhões. Esses edifícios são do propriedade e gestão exclusivos do Palmeiras.
Se o contrato é ruim (e não é!), deve ser revisto. Mas com a lembrança de que todas as esferas de poder do Palmeiras o aprovaram, sem restrição.
Mas o projeto é bom, não tira autonomia do clube e será concluído. As obras estão a todo vapor e, segundo o presidente Tirone, não vão parar. Nem devem. O que deve parar é a guerra política dentro do Palmeiras.

blog do PVC

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